Hugo.

A invenção de Hugo Cabret

Martin Scorsese, considerado o maior diretor americano vivo, conhecido por grandes produções envolvendo gângster, máfia e filmes violentos. Em a Invenção de Hugo Cabret, o renomado diretor procura atingir um novo público.

Um filme bonito, cheio de atrativos, ambientado em uma Paris da década de 20. Nos leva a crer que a história é sobre um menino que mora clandestinamente em uma estação de trem, após a morte do pai. Hugo é um menino inteligente e a maior parte do conhecimento que desenvolveu foi passado pelo pai, que era relojoeiro. Usando de sua destreza para sobreviver e consertar os relógios da estação, demonstra uma obcessão: consertar um autômato em forma de menino (uma espécie de androide). Em um de seus pequenos furtos, Hugo é pego por um senhor, dono de uma loja de brinquedos e finalmente o filme “começa”, pois esse senhor é nada mais nada menos do que George Méliès.

George Méliès é considerado o pai dos efeitos especiais, apaixonado pelo cinema e fazendo disso sua vida. Antigo mágico de profissão, um dos primeiros a ver uma sessão com os irmãos Lumière, que diziam que o cinema não iria levar ninguém a lugar nenhum.

Uma grande homenagem ao cinema, a Méliès e aos efeitos especiais. A Invenção de Hugo Cabret é basicamente uma obra de arte, muitas vezes com um ritmo que oscila, facilitando (ou não) a ambientação das dezenas de detalhes proporcionados em uma cena.

Âmago

(trecho de um roteiro)


Eu lembro quando tinha uma vaquinha de pelúcia, veio com defeito de fábrica, pois não tinha um de seus chifrinhos. 
Era pequena, a pelúcia malhada, o nome era Lili, presente dos meus pais. 
Como eu amava aquela Lili. Ela viajava comigo, dormia junto e me proporcionou muitas lembranças boas… 
Exceto o dia em que derrubei café com leite em cima dela e minha mãe, após lavar, pendurou a bichinha no varal pela orelha e eu achei que ela morreria por isso.

Lembro quando pulávamos na frente da TV, para vibrar com “A Caverna do Dragão”.
Ficar na ilusão de que o final viria, eles voltariam para casa e o “felizes para sempre” na tela, encerraria o que foi o melhor desenho da história.

Não queria ter esquecido da Lili, mas sei que hoje ela é somente uma lembrança.
Nostalgia é assim, sinto falta. 
Sinto falta de achar que o mundo é só até a esquina de casa, de achar que o maior problema da minha vida é não ter uma barra de chocolate.
Sinto falta da ilusão, de que todas as pessoas no mundo eram felizes.


Nem tudo é Pop Music

Final de Novembro me passa a sensação de mudança, uma mudança boa. Como se em Dezembro, as luzes e o brilho do Natal,  fossem amenizar a dor e os sentidos presentes.

Vou me poupar de amores, me poupar de esperanças. Logo depois, Janeiro aparece e toda essa ilusão some, como fumaça de cigarro no ar. E como toda fumaça nós aspiramos isso, jogamos pra dentro. A essência sempre fica dentro de nós. Involuntário.

Tudo é muito bobo, logo é muito bonito. A sutileza que existe nas coisas sem lógica me deixa feliz. É o momento em que paro pra pensar. Coincidência.

Tento acertar, mas meus erros são freqüentes, fortes, presentes. Não desisto, nada me pára. Continuo respirando, sentindo. Isso sim, é o que não posso evitar. Me olha, mas me olha de verdade. Me enxerga, faz um esforço, por favor. O que você vê? Me responde, eu já não consigo mais olhar. Sinta o que eu sinto e ainda continue olhando.

São tempos difíceis, daqueles que eu sei que são. Realidade é cruel. Mesmo sem compreender, tente. Não destrua aquilo que eu não consigo.